Onda de morte aos carboidratos invade indústria européia

A indústria alimentícia européia está aderindo à onda norte-americana de restrição no consumo de carboidratos, num mercado que pode chegar a 100 bilhões de euros (122 bilhões de dólares) em apenas três anos.

Um relatório da Reuters Business Insight (RBI), associada à Reuters, e da consultoria Datamonitor disse na quinta-feira que 95 por cento dos fabricantes de alimentos europeus acham que não poderão ignorar o impacto das dietas à base de restrição de carboidratos.

O impacto financeiro desse tipo de dieta foi sentido rapidamente nos Estados Unidos. Sem nenhum tipo de nova publicidade, o adoçante Splenda, da Johnson & Johnsons, dobrou suas vendas em um ano e meio. O outro lado da moeda pode ser representado pela Krispy Kreme, a fábrica de donuts que registrou na terça-feira seu primeiro prejuízo trimestral desde sua oferta pública, há quatro anos.

Estima-se que 3 milhões de britânicos estejam cortando seu consumo de carboidratos, açúcar, macarrão e batatas, com o sucesso de dietas da moda como a Atkins, a de South Beach e a Hamptons.

O grupo anglo-holandês Unilever está ampliando seu orçamento de pesquisa em alimentos mais saudáveis, incluindo produtos com poucos carboidratos, depois que sua linha Slimfast, de redução da gordura, foi atingida pela nova onda de dietas.

E a Nestlé anunciou esta semana que está lançando chocolates com poucos carboidratos, como o Kit-Kat.

"Esse lançamento é significativo porque somos a primeira empresa de confeitaria da Grã-Bretanha a desenvolver uma alternativa com menos carboidratos sem comprometer o gosto, a textura ou o apelo", disse Sam Hunter, diretor de marketing da Nestlé Rowntree, que fez o anúncio.

"Não há dúvida de que o apetite do consumidor para alimentos com poucos carboidratos é enorme. Com grandes nomes entrando no mercado todo dia, é importante que a indústria de comida e bebida perceba o potencial do setor", disse Camilla Palmer, analista da RBI.

Um quarto das empresas pesquisadas disseram já ter lançado um produto que se encaixa na tendência de corte nos carboidratos, e dois terços afirmaram ver uma boa oportunidade na expansão desse setor.